quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

parasita. 04

"Olá senhor, sou pobre por que trabalho e quem trabalha não tem tempo pra ganhar dinheiro. Não sei mais qual é a sensação  da fome, mas sinto quando dá aquele aperto no estômago e as lágrimas caem de meus olhos. Minhas mãos calejadas, monstram que o esforço pela sobrevivência, sempre foi a minha maior atividade. Meus filhos não tem educação e eu estou sem dente, sou escravo de um mundo onde não pedi pra nascer. Mas alguém há de horar por nós, espero eu que esse sofrimento acabe. Meu sobrenome não me mostra de onde venho nem pra onde vou. Perdi a fala por falta de oportunidade e ninguém nunca me escuta, fico murmurando sons guturais e acenando com a cabeça. Sou um bicho, um fantoche, um animal, um imbecil, não sei escrever nem falar, e quando falo com as pessoas nunca a olho nos olhos. Razão nunca tive, um ignorante não pode duvidar de nada e sim aceitar tudo. Já deixei de existir há muito tempo, pois o homem que não sonha é morto por natureza. Só me resta a dor, por não ter alma, por ser um verme, apenas um parasita."

Um comentário:

  1. adorei teu blog!
    estou te seguindo.
    me segue tb se vc gostar do meu

    http://sucumbindoaodestino.blogspot.com/

    beijão

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