quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ninguém regula a dona FIFA.


Pois é companheiros, me lembro muito bem de quando o Brasil foi eleito para sediar a copa do mundo de 2014 e que eu pouco comemorei. Muito se falava que não haveria dinheiro público envolvido, apenas dinheiro privado, através das PPP’s(Parceria Pública Privada), isso foi conversa pra boi dormir. Agora o assunto é diferente, nada de PPP. São orçamentos absurdos, estádios incapacitados aos olhos da FIFA, e a entrada de dinheiro público na construção de estádios luxuosos, entre outros.

Contudo, a FIFA não da o braço a torcer. Assim sendo, será que vale apena investir tanto em uma copa do mundo num país onde a desigualdade social é avassaladora, e que possui outras prioridades gritantes? Se fosse pra investir na qualidade de vida dos habitantes do Brasil , ao meu ver, seria até justo.

A FIFA é uma organização muito poderosa e sempre dita as regras, por onde passou gerou polêmica, e ganhou lucros. Lembro que na copa da Alemanha, os germânicos foram obrigados a aceitar a cerveja budweiser (cerveja americana), em plena terra da cerveja.

Na última edição da copa do mundo, que foi sediada na África do Sul, a “dona” FIFA lucrou cerca de 3,2 bilhões de dólares, mais que 50% da copa anterior sediada na Alemanha quatro anos atrás. Segundo um economista sul africano, a FIFA foi a maior beneficiada com o evento, já que o país africano não tinha estrutura para manter o desenvolvimento feito, classificando a copa como um evento passageiro na economia sul africana. E agora o que vai ser feito com todos esses estádios luxuosos? Criar dromedários, talvez? (rsrs)

No Amazonas, por exemplo, apenas 4% do estado possuem saneamento básico e 13% da população tem acesso a água potável. O que poderíamos fazer pra consertar isso? Que pergunta besta! Claro que é um estádio, de 700 milhões de reais, saindo dos nossos cofres públicos. Traduzindo, deixa a merda rolar, o povo quer é futebol.

Mas você caro brasileiro, não fique triste assim, o Brasil aprendeu a lição no pan de 2007. Aprendeu a estourar um orçamento inicial de 800 milhões pra 3,1 bilhões de reais, aprendeu a não reutilizar as obras construídas, aprendeu a ter uma excelente política fiscal, entre outros. 

E não para por aí. Também foi concedido ao Rio de Janeiro o direito de sediar as olimpíadas de 2016. Que por ironia do destino, o senhor Sérgio Cabral(governador do Rio de Janeiro) , criticou arduamente sobre a partilha dos royalties  do pré-sal. E  ainda por cima afirmou que se o Rio partilhar o pré-sal, não poderá  financiar a copa do mundo e muito menos as olimpíadas. Peraí? Quando o pré-sal foi descoberto o Brasil já tinha sido escolhido como sede da copa do mundo e das olimpíadas de 2016 e, que tudo isso seria custeado com dinheiro privado. Engraçado não?

Estamos num círculo vicioso, onde nunca se sabe o que se passa por trás desses contratos, contratantes e contratados. Só que não gosto nada disso. Ver uma nação subordinada a caprichos de eventos esportivos, políticos sem autonomia diante das exigências de grandes organizações e, no final das contas, termos que pagar por isso.

É DEVERAS REVOLTANTE!!!!

4 comentários:

  1. Parabéns Holdaum, tenho pensamento igual a você e não preciso dizer mais nada além de "É DEVERAS REVOLTANTE".

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  2. Uai moço!
    Essa Copa de 2014 ainda vai fazer rolar muita água por baixo da ponte! São muitos os pontos questionáveis como você mesmo colocou no seu texto, e a nossa classe política faz o "jogo da FIFA" que não é o jogo de futebol, e sim, o de ganhar muita grana com as copas que realiza. E prá nós brasileiros acostumados com as migalhas da classe política vamos continuar como???

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